segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O Pelourinho do Rossão (séc. XVI)

No meio de um irregular traçado de casas, muito velhas e pequeninas...prostrado do alto de uma formação granítica elevada, defendido por uma muralha de roseiras, amores-perfeitos, malmequeres e hortênsias ...eis que surge airoso o pelourinho...onde à muito se desfraldou a bandeira portuguesa...às mãos do Tio José da Luz...o seu mais zeloso guardador.

Consta que é um monumento do séc. XVI, classificado como Imóvel de Interesse Público (Decreto nº23 122, de 11-10-1933), e faz parte do ciclo
dos únicos pelourinhos existentes em todo o concelho, recordando que apenas subsistem até aos dias de hoje as picotas de Castro Daire, Mões, Campo Benfeito e Alva (Fragmentos).

Embora a recordação dos antigos privilégios municipais tenha praticamente desaparecido...resta ainda o local que se designa por cadeia ou prisão...bem perto desse pequeno largo onde se encontra o pelourinho, que nos dias de hoje serve de habitação, e que foi totalmente alterada no seu delineamento original.




É a seguinte a descrição que Mário Guedes Real nos faz do pelourinho do Rossão, na revista “Beira Alta”, vol. XXIV, 3 , p. 300: “Eis o monumento; sobre uma lage circular- talvez antiga mó de moinho- com cerca de um metro de diâmetro e bordos grosseiramente boleados ou já carcomidos pelo tempo, assenta uma coluna baixa de granito, de secção quadrangular, com as arestas chanfradas na sua maior extensão. O desfazer dos chanfros na parte inferior forma-se a base com quatro faces de 15 centímetros de altura. Superiormente, com idêntico afeiçoamento, destaca-se o remate formado pela parte terminal da mesma peça inteiriça, concordante com a referida base mas um pouco mais alta (20 cm aproximadamente).
O bloco prismático está firmado no centro da peça circular por um robusto espigão com 2 palmos de comprimento, o qual, inferiormente não é mais do que o prolongamento da coluna e que atravessando o olhal da lage, desce para o intervalo existente entre os dois penedos em que repousa o assento da picota. Ao cimo, no remate quadrangular, vê-se uma cavidade em forma de meia-laranja, aberta no centro da pedra. Supomos que primitivamente aí terá existido uma esfera ou bolo de granito a coroar o monumento, à semelhança do pelourinho de Mões. Essa pedra esférica terminal terá desaparecido.”

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