terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O cultivo

Passando por me cultivar,
Seja esta a última vez,
não me quero cultivar,
com couves e rabanetes,
nem sementear ou aflorar
só quero deixar-me conquistar,
pela cultura do ar,
levar e deixar,
passando por me cultivar,
sem nada deixar escapar,
no intuito de fabricar,
esta arte de imaginar,
e reproduzir algo a criar,
seja em tela, escultura ou na escrita,
basta elaborar o que nos rodeia o pensamento,
tudo o que tenho a deixar,
para a posteridade,
ou para a eternidade,
o melhor que possa aceitar,
na complicada arte de amar,
o que dê mais prazer em criar,
a forma intima de realizar,
os nosso sonhos,
os encontros de ideais,
os gostos e os ódios,
as diversas maneiras,
de fabricar as ideias,
seja na escrita, na tela ou esculpidas.



in: "Compilação dispersa" de Zé Manuel Barbedo

Vacas