" No sopé da montanha opulenta e gigante,
Junto a um rio modesto,apertado e cantante,
Onde as moitas, fundeiras exaltam a cor,
Bordejadas de amoras ou cardos em flor,
Onde há cómoros verdes em troncos de altar
E, por noites de Junho, o mais lácteo luar,
Entre músicas novas, -(os melros gorjeando)-
E o rezar dos açudes e fontes arfando,
-Eis a aldeia feliz, a serrana ardorosa,
Na labuta cristã, -epopeia gloriosa.
As morenas casinhas, os ninhos ardentes
Da esplanada formosa às campinas virentes.
Os colmados fumegam, - incenso de amor
A esgaçar-se no céu, a abraçar-se na flor!
As janelas estreitas, em musgos, a par,
Por onde entre o suão e o leitoso luar..."
in "Aldeia" de Rodrigues da Cunha
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